Parlamentar goiano explica que as pequenas geradoras de energia têm potencial para evitar que represas transbordem.

“As enchentes que castigam alguns estados brasileiros como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas gerais e, de forma menos agressiva, Goiás, deixando milhares de famílias desabrigadas, poderiam ser amenizadas se houvessem maiores investimentos nas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs)”. A afirmação foi feita pelo senador Vanderlan Cardoso (Progressistas-GO) nesta quarta-feira (12/2), no Senado Federal.
De acordo com Vanderlan, as pequenas centrais hidrelétricas, além de gerar energia barata, limpa e empregos e renda, funcionam como reguladoras naturais dos lagos e represas. “Além disso existe a questão econômica, pois ao longo do último ano venho alertando sobre o enorme potencial hídrico das PCHs. Hoje, no Brasil, elas são responsáveis por apenas 3,59% da energia no Brasil, mas poderia ser muito mais, poderíamos ultrapassar os 5% da produção de energia”, disse.
Para exemplificar, o senador explicou que o Estado do Mato Grosso tem em operação 964 Megawatts de energia, o Estado de Minas Gerais produz 813 Megawatts e o estado de Goiás gera 460 Megawatts, com apenas 23 PCHs em funcionamento. “Mas de acordo com potencial inventariado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Goiás poderia ter 208 PCHs e gerar 2.721 Megawatts. Apenas essa produção criaria 163 mil empregos e atrairia investimentos na ordem de R$ 19,5 bilhões”, alertou.
Para Vanderlan, o Brasil tem grande capacidade de crescimento na produção das energias renováveis, e isso beneficiaria ao meio ambiente e a economia. “A energia solar representa apenas 1,2% da matriz energética brasileira e tem um potencial para 84 milhões de geradoras, mas tem apenas 120 mil atualmente. Destaco que com 3,4 Gigawatts podem abastecer 1,5 milhão de residências. Outro número importante é que cada 1 megawatt de energia solar gerado cria 30 novos empregos. Pesquisas feitas por especialistas do setor de energia solar registram um faturamento estimado de R$ 4 bilhões no ano de 2018. São pequenos exemplos que dão ideia da grandeza que é investir na energia solar”, explicou.
Isenção de Impostos
Com relação ao veto do Projeto de Lei nº 8.322, que isenta de impostos sobre importação os equipamentos e componentes da geração elétrica de fonte solar que não tenha fabricação no Brasil, o senador disse que concorda em parte com o argumento do Ministério da Economia de que o projeto não oferece compensação para a adequação orçamentária e financeira, mas defende que o Governo Federal adote medidas para incentivar a produção de energias renováveis no País.
“Entendo e respeito a decisão do Governo Federal, mas sou favorável a projetos que incentive a produção de energias limpas e renováveis, essa sempre foi minha defesa. Não tenho dúvidas de que esse é o caminho certo para o desenvolvimento econômico a médio e longo prazo, com respeito ao meio ambiente”, finalizou.
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