Caiado defende Estado eficiente e parceria com o setor privado para o desenvolvimento sustentável de
- Redação
- 15 de ago. de 2018
- 5 min de leitura
Candidato apresentou os principais pontos de seu plano de governo e respondeu questionamento do setor durante sabatina da Fieg

O senador Ronaldo Caiado (Democratas) apresentou, durante sabatina realizada pela Federação da Indústria e Comércio do Estado de Goiás (Fieg), os principais pontos de seu plano de governo para promover o desenvolvimento sustentável da economia goiana nos próximos quatro anos.
O evento, realizado nesta segunda-feira, 13, contou com a participação de diversos representantes do setor e de líderes sindicais, que aplaudiram as propostas do candidato democrata ao governo de Goiás.
Primeiro ponto abordado por ele, o combate à corrupção será prioridade de governo. Para tanto, lançará um projeto inédito: o compliance público (um estrito programa utilizado para monitorar e assegurar que todos os envolvidos em uma determinada empresa estejam de acordo com boas práticas e com a legalidade). O objetivo é mostrar que é possível ter um serviço público de qualidade e livre de escândalos, garantindo segurança jurídica e transparência.
No quesito governança, investirá também na desburocratização e redução do Estado, sem deixar de investir no funcionalismo público. Promoverá parcerias e novos convênios com o Sistema “S”, sempre privilegiando as novas tecnologias e prestação de serviços online. “Precisamos criar polos de tecnologia e inovação, regionalizar de vez o desenvolvimento. O Estado deve ser resolutivo, as pessoas precisam acreditar nele”, afirmou.
Ao apresentar o quadro fiscal do Estado, o candidato do Democratas demonstrou a gravidade da situação: apenas nos quatro primeiros meses de 2018, o déficit das contas públicas já chega a R$ 343,5 milhões; no ano passado, o rombo superou meio bilhão de reais, de acordo com auditoria do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). “O atual governo já comprometeu 100% do orçamento com gastos correntes, como folha de pagamento, custeio e serviço da dívida. O investimento nos últimos sete anos não correspondem nem a 6% do arrecadado. Isso leva a perda de competitividade e precariedade nos serviços prestados”, lamentou.
A Segurança Pública teve atenção especial, haja vista que Goiás é hoje o oitavo Estado mais perigoso do Brasil e tem índice de homicídios muito acima da média nacional, além de um déficit crônico de contingente policial. Entre as principais propostas de Caiado, estão a prevenção e repressão qualificadas, combatendo o crime organizado e implantando o uso de inteligência e integração nas ações policiais; implantando o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que criará um banco de dados completo para o combate à criminalidade com base na modernização da estrutura administrativa; reestruturando o sistema prisional, criado inclusive unidades de segurança máxima; ampliando ações no campo; fornecendo subsídios e crédito para criação de guardas municipais; e valorizando os profissionais da segurança, que hoje chegam a receber R$ 1,5 mil do atual governo.
O candidato democrata falou ainda sobre o “Arco de Cuidado” que irá implantar para garantir trabalho e renda, promovendo proteção social ao cidadão. As mulheres contarão com a “Rede Maria da Penha” regional e com Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceam), que contarão com profissionais especializados para o atendimento às vítimas de violência doméstica. Haverá ainda um ambiente distinto dentro dos Institutos Médicos Legais para o atendimento a elas. Implantará, em parceria com a iniciativa privada, uma rede de apoio ao idoso e ampliará o programa “Jovem Aprendiz”. Um dos pontos importantes é o programa “Goiás Empreendedor”, que incentivará o desenvolvimento e a criação de tecnologias e novos serviços, em parcerias com escolas públicas, startups e institutos federais.
Neste sentido, reduzir o déficit de famílias sem lar também tem atenção especial no plano de governo. E isso passa pela revisão do Plano Estadual de Habitação, instituindo o conceito de moradia digna com um conjunto de meios que viabilizem condições básicas, como água tratada, esgoto e energia elétrica. Além disso, Caiado irá propor renegociar a dívida ativa, analisando o perfil de cada devedor para que o pagamento seja feito por meio de prestação de serviços de construção e/ou fornecimento de equipamentos na área habitacional.
No ensino, a principal estratégia das políticas públicas será no sentido de conseguir a educação plena no Estado de Goiás. O objetivo maior é aumentar os níveis de escolarização para atingir 12 anos em média de escolaridade para a população adulta. Além disso, investir pesado na educação profissional, qualificando a mão de obra da população. O plano de metas prevê ainda a ampliação do número de escolas estaduais de ensino integral: chegar a marca de 50% oferecendo a modalidade.
Como médico, Ronaldo Caiado garantiu que sua maior missão será a regionalização efetiva da Saúde em Goiás, criando um sistema integrado de informação, moderno e que conecte toda a rede (municipal, estadual e federal). Irá fortalecer a atenção primária, trabalhando na prevenção de doenças com equipe multidisciplinar, com nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. A atenção especializada também será prioridade: levar médicos especialistas para todas as regiões.
“Não é justo que um cidadão tenha que viajar 400 quilômetros para obter atendimento necessário. Hoje, 80% dos especialistas estão concentrados em Goiânia, Aparecida e Anápolis. É papel do Estado levar a atenção especializada para o interior”, explicou.
Questionamentos
Na segunda parte da sabatina, a mediadora, jornalista Cileide Alves, apresentou uma série de questionamentos da Fieg aos candidatos ao governo de Goiás. O primeiro diz respeito à burocracia para se conseguir licenciamento ambiental e outorgas. Ronaldo Caiado sugeriu que parte da liberação seja feita de forma declaratória, de forma a agilizar as obras. “É evidente que algumas intervenções são de grande impacto e essas não têm jeito, precisam de uma fiscalização mais rígida, inclusive seguindo a legislação federal”, acrescentou. Outra proposta foi transferir para os municípios a concessão de algumas licenças, em vez de centralizar no Estado.
Questionado sobre a crise hídrica que, pelo segundo ano seguido atinge Goiás, o candidato democrata afirmou que irá colocar para funcionar o comitê das bacias, órgão colegiado responsável por debater a situação das bacias hidrográficas e dar início a um processo de recuperação das áreas de conservação degradadas. No entanto, o mais importante é a despolitização da Saneago, agência de saneamento estadual, que foi palco recente do escândalo da Operação Decantação.
Ele garantiu ainda que se sentará periodicamente com as entidades, como a Fieg e o sistema “S”, para debater os melhores caminhos para projetos importantes de fomento à indústria e ao comércio, como o “Produzir”. As micro e pequenas empresas terão atenção especial para evitar a fuga à informalidade, que prejudica toda a cadeia produtiva, como linhas de crédito e financiamento.
Caiado rejeitou a privatização de rodovias, mas admitiu que pretende implantar parcerias público-privadas não só para o transporte, mas em várias áreas da administração. “O governo não tem competência para gerir áreas que são da iniciativa privada, isso é fato”, destacou.
No que diz respeito às reclamações da atuação dos auditores fiscais que, pressionados pela Secretaria de Estado da Fazenda, acabam penalizando o empresariado, o candidato garantiu que agirá com isonomia, no sentido de motivar o setor produtivo, mas com pulso firme contra os reincidentes, que prejudicam os que andam na lei. “Tenho certeza que teremos uma convivência salutar, pois um novo ciclo se inicia em Goiás. Estaremos em diálogo permanente”, asseverou.
Por fim, garantiu que seu governo será transparente, aberto a todos os que queiram contribuir e em parceria com a iniciativa privada. Da mesma forma, governará em sitonia com o Poder Legislativo, com as entidades empresariais, com a sociedade civil organizada, para atingir um só objetivo: desenvolver o Estado. “Não tenho projeto pessoal de poder, meu projeto é de poder para o povo de Goiás”, arrematou.
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