Por meio da Fapeg, Estado trabalhará em parceria com a UFG e entidades privadas para fomentar pesquisas e avanços científicos capazes de inovar práticas do setor público e empresarial, por meio de novas tecnologias. Objetivo final é gerar competitividade ao Estado, reduzir custos e ampliar a qualidade de vida das pessoas

Goiás deu um grande passo à frente no campo da inovação estratégica ao lançar, nesta quarta-feira (18/12), o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia). Assim o governador Ronaldo Caiado resumiu o novo momento em que vive o Estado: buscar soluções, por meio da tecnologia, para os problemas que afligem os goianos. “Estamos avançando no que o mundo todo está buscando, que é aumentar a competitividade, diminuir custo e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Isso é inteligência artificial”, enfatizou.
Em solenidade realizada no auditório Mauro Borges, Ronaldo Caiado assinou um termo de cooperação com parceiros para a implantação do Ceia. O objetivo é executar projetos de inovação empresarial e também do setor público, além de capacitar professores, estudantes, consultores e empreendedores para o uso de novas tecnologias. O acordo envolve a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação (Sedi) e a Universidade Federal de Goiás (UFG).
A sede do Ceia será construída no subsolo do Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), e contará com outros pontos de articulação. Dois, inclusive, já funcionam: o Núcleo de Desenvolvimento e de Práticas Experimentais, nos laboratórios do Instituto de Informática da UFG; e o Núcleo de Articulação Institucional e em Redes, no Parque Tecnológico Samambaia da UFG.

Titular da Sedi, Adriano da Rocha Lima explicou que o projeto vai ampliar a experiência que já vem sendo realizada nas duas unidades universitárias. Ele enalteceu o fato de estar tirando do papel um projeto que surgiu no início deste ano e a possibilidade de aproximar o setor produtivo do campo acadêmico, que gera conhecimento capaz de alavancar negócios. “Terão acesso [ao Ceia] todos os empreendedores que precisam que sua ideia se transforme em produto, e também as empresas de grande e médio portes, já consolidadas, que precisam inovar.”
A Fapeg vai destinar R$ 12 milhões para a estruturação do Centro de Excelência. Presidente da entidade, Robson Domingos pediu aos goianos que enxerguem a novidade como um grande hub de inovação “que vai interligar a sociedade, o governo e a indústria”. Já o coordenador do Ceia, Anderson da Silva Soares, destacou que Goiás lidera a inteligência artificial no Brasil. Tudo que foi desenvolvido nos laboratórios da UFG, exemplificou, atinge a vida de cerca de 47 milhões de pessoas. E agora essas ações serão multiplicadas. “É um dia histórico para Goiás”, resumiu sobre o lançamento.
A estimativa é que os parceiros invistam, ao longo dos próximos seis anos, algo em torno de R$ 50 milhões no Centro de Excelência em Inteligência Artificial. Tal recurso vai ajudar a promover a competitividade da unidade em escala global. Para o reitor da UFG, Edward Madureira, o Ceia é uma iniciativa que já nasce com grande potencial. “Goiás entra como um dos principais players”, salientou, ao ressaltar a importância da parceria com instituições de ensino superior. “Estamos plenamente a serviço do Estado de Goiás e prontas para atender qualquer desafio.”
*Novos rumos*
Apostar na tecnologia como ferramenta para solucionar problemas gera outra demanda: a quebra de paradigmas dentro do próprio governo. A ideia é inovar de dentro para fora. O tema foi amplamente defendido durante discursos do governador Ronaldo Caiado e do secretário da Sedi, Adriano da Rocha Lima. Na visão de ambos, a inovação é a “bola da vez”, capaz de atrair empresas para o Estado.
“Não é fácil tirar o cidadão da posição de acomodação e implantar um novo pensamento. A mudança de método é algo complexo. Temos de ter paciência e coragem”, declarou Caiado, referindo-se à necessidade de revisar a política de incentivos fiscais. “Temos que entender que o mundo é outro e o que temos que trazer é modernidade. Incentivos valeram há 30 anos. Hoje, a competitividade vem da inovação, a exemplo das startups”, continuou.
Ao exemplificar a importância da inteligência artificial, Adriano afirmou que, juntas, as empresas Amazon, Microsoft, Google e Apple valem o dobro do PIB do Brasil. “Estamos falando de uma ciência que está fazendo uma transformação profunda na sociedade”, disse. Conforme analisou, investir nessa tecnologia, como é o caso do Ceia, permite que o Estado avance. “Nós temos de investir naquilo que traz, efetivamente, retorno para a sociedade. Goiás não precisa ser refém de uma única forma de atrair empresas”, concluiu.
Estiveram presentes o coordenador geral de Popularização do Ministério de Ciência e Tecnologia, professor Ivo Leite; o secretário de Ciência e Tecnologia de Goiânia, Celso Gonçalves (representando do prefeito Iris Rezende); o diretor executivo da Funape, Orlando Afonso; o superintendente do Sebrae, Derly Cunha; o reitor interino da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Rafael Borges; o diretor-geral de Administração Penitenciária de Goiás, coronel Wellington Urzêda; os presidentes José Roberto Leão (ABC), Euclides Barbo (Juceg); Paulo César Reis (Metrobus); e o diretor do Instituto Mauro Borges, Cláudio Nogueira.