Limpeza no quintal, com retirada de entulhos e recipientes que acumulam água, é fundamental antes de pegar a estrada

A ausência de moradores em suas residências durante o período de férias pode comprometer os cuidados diários que evitam o acumulo de água parada, ambiente perfeito para as larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, Zika e chikungunya. O coordenador de Vigilância e Controle Ambiental de Vetores da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Marcello Rosa, ressalta a importância de uma vistoria completa dos moradores em suas casas antes de pegar a estrada.
“No período de chuvas, a atenção deve ser redobrada com possíveis criadouros de larvas do mosquito. Observar a limpeza das calhas e grelhas e retirar todos as vasilhas, bebedouros de animais, garrafas ou qualquer outro recipiente que possa acumular água das chuvas é fundamental antes das viagens”, lembra.
Marcello Rosa pontua ainda que o clima de Goiás é potencialmente mais propício à proliferação do mosquito. “A região sul, com clima mais frio; e a região norte, com clima mais quente, acabam dificultando a proliferação do mosquito. Goiás é geograficamente mais vulnerável devido ao próprio clima”, afirma.
Segundo ele, um litro de água parada em Goiás é capaz de produzir muito mais larvas do mosquito do que em qualquer outra região do País, e isso deveria ser um motivo a mais para os cuidados da população. “Nós sempre vamos ter um risco ambiental maior do que de outros Estados. A faixa central do Brasil tem a temperatura ideal para o mosquito”, explica.
Casos notificados
A circulação do sorotipo 2 da dengue em todo o País desde 2018 continuou este ano, aumentando expressivamente os números de casos de dengue notificados por todo o País e, consequentemente, em Goiás. O Boletim Semanal de Dengue em Goiás, divulgado na quinta-feira, 5, mostra um aumento de 45,71% no número de casos notificados em relação ao mesmo período de 2018, com mais de 146 mil casos notificados.
Para o coordenador, a população precisa estar atenta aos cuidados diários, de forma espontânea, como ocorria há três anos atrás, devido à grande divulgação na mídia de casos de microcefalia associados ao Aedes. “O medo da população com o Zika vírus deixou de repercutir na mídia, e isso acabou deixando a população menos preocupada com os entulhos e criadouros do mosquito”, alerta.
Marcello Rosa avalia também que o descuido da população e a circulação de um sorotipo mais crítico desencadeiam automaticamente no aumento de números de casos.