Data celebra dia do médico que atua com visão global e ao longo da vida do paciente. Em Goiás, 51 especialistas compõem equipes de Atenção Primária à Saúde

Nesta quinta-feira, 5 de dezembro, é celebrado o Dia Nacional do Médico de Família e Comunidade. A data é dedicada a esse profissional por ter sido o dia em que foi fundada a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), em 1981, quando a especialidade ainda era chamada de medicina geral e comunitária.
A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. Segundo especialistas da área, “o médico da família sabe muito do frequente e do importante, prestando assistência aos pacientes, durante todas as fases da vida. Já o especialista focal sabe muito de seu campo concreto, definido por idade, órgão-aparelho ou técnica". Médicos de família são especialistas em cuidar globalmente das pessoas, de suas famílias e da comunidade onde essas pessoas vivem.
A literatura explica que “o lógico é o trabalho integrado dos médicos, de forma que os médicos de família atendam primeiro os pacientes e encaminhem aos especialistas focais pertinentes. Se está tudo bem organizado, o especialista focal atua como assessor e orienta ou resolve o problema, reencaminhando o paciente ao especialista generalista, para seu seguimento". Dessa forma, esses profissionais trabalham em equipes, sejam em Centros de Saúde ou Centros de Saúde da Família. Tem-se esse médico como referência para qualquer problema de saúde, seja um problema novo, seja um problema crônico e que necessita de acompanhamento durante a vida.
Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, credo, raça, orientação sexual, idade ou possível doença, mantendo-as sob sua responsabilidade em qualquer problema de saúde apresentado. O médico da família e da comunidade atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos oportunos e poupando-os de intervenções excessivas ou desnecessárias.
Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, o Brasil contava, em 2018, com 5.486 médicos da família e comunidade. No Estado, segundo levantamento da Secretaria do Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), 51 especialistas fazem parte da Atenção Primária à Saúde nos municípios.
Modelo assistencial
Segundo Sandro Rodrigues, superintendente de Atenção Integral à Saúde da SES-GO, “a medicina da família e comunidade é a especialidade médica mais importante em sistemas de saúde reconhecidos internacionalmente pelo seu padrão de qualidade, como o sistema inglês ou canadense. Vários estudos trazem evidências bastante robustas sobre o papel desses profissionais em cuidar das pessoas em suas comunidades, possibilitando melhor cuidado em saúde e evitando-se internações desnecessárias ou mortalidade prematura”.
Dessa forma, a SES-GO tem organizado projetos para melhorar a presença desses profissionais nas equipes de saúde do Estado. "Vamos financiar equipes que tenham médicos de família especialistas em sua composição como critério de qualificar as equipes de Atenção Primária do Estado. Além disso, vamos incentivar a criação de mais vagas de residência médica na área", reforça.
Apesar de não desenvolver Atenção Primária – trata-se de uma obrigação dos municípios –, a SES-GO atua na melhoria da capacidade profissional dos membros das equipes da Estratégia Saúde da Famílias (ESF). "Um dos trabalhos desenvolvidos é o de planificação e tutoria para organização dos processos de trabalho nas unidades básicas de saúde", lembra Ticiane Nakae da Silva, gerente de Atenção Primária da Superintendência de Atenção Integral à Saúde da SES-GO. Segundo ela, esse projeto é realizado em 178 municípios, com a participação de cerca de 8 mil profissionais de diferentes categorias.