Eleição seria apenas em junho de 2020 e foi antecipada para esta quarta-feira (30) após mudança no Regimento Interno da Casa



O deputado estadual Lissauer Vieira (PSB) seguirá à frente da Presidência da Assembleia Legislativa de Goiás até janeiro de 2023. Sua reeleição para o cargo foi confirmada ontem (30/10), durante eleição da Mesa Diretora da Casa para o próximo biênio. Ele recebeu o voto de todos os 40 deputados presentes. A única disputa que chegou a ser levada para o Plenário foi para o cargo de primeiro secretário. Dentro da chapa de Lissauer, o postulante era Cláudio Meirelles (PTC). Com apoio da base do governo, Álvaro Guimarães (DEM) também se lançou na disputa. Venceu Álvaro após Cláudio renunciar à candidatura.
“Meu entendimento e minha forma de fazer a minha renúncia foi pensando na grandeza de evitar um desgaste dos deputados da base”, disse Cláudio, que atualmente ocupa o posto de primeiro secretário. Ele afirma que tinha votos de deputados da base, mas não os necessários “da metade mais um”.
Segundo Cláudio, há alguns dias o governo começou articular a eleição de Álvaro. O deputado afirma que recebeu informação de que o motivo apontado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) seria uma “questão pessoal” contra ele. “Achei uma questão pequena, porque não é eleição da Presidência, é eleição de um cargo da mesa.”
A postura de oposição e de atuação para obstruir projetos de interesse do governo teria motivado o governo a tentar um nome para ocupar a primeira secretaria no lugar de Cláudio para o biênio 2021-2023. “Eu não morro por cargo nenhum na Assembleia. Sempre tive uma posição clara dentro daquilo que eu penso, sempre coerente, e vamos enfrentar esse governo, já que ele me chamou para briga. Acredito que daqui para frente nós faremos críticas mais pontuais e com mais intensidade,” disse Cláudio.
Álvaro afirmou à imprensa que o governador é seu amigo, mas disse que “não houve interferência nenhuma”. “Estou aqui há muitos anos, já fui primeiro secretário, já fui segundo secretário. Achei que era minha vez de ser candidato mais uma vez.” Ele citou que a oportunidade surgiu e se candidatou, admitindo ter recebido o apoio da base do governo, que o democrata ressaltou ser maioria na Casa.
“A base uniu. Nós tínhamos os votos suficientes e resolvemos lançar o Álvaro porque nós entendemos que o Cláudio Meirelles faz uma oposição desproporcional ao governo e nós entendemos que não poderia permanecer na mesa pelo alto grau de oposição que ele faz”, afirmou o líder do Governo na Casa, Bruno Peixoto (MDB).
Quanto a afirmação de Cláudio de uma possível atuação mais “dura”, citou que “ele já fazia uma oposição muito radical ao governo”. Segundo Bruno, deram o recado. “Aqui, a maioria determina, e hoje a base possui a maioria.” Sobre a fala de Cláudio, Lissauer apontou que “a Casa nunca foi oposição e não será”. “A Casa é independente. Agora, os deputados têm opção de serem oposição ou não.” E ressaltou que o deputado segue como primeiro secretário até final de janeiro de 2021. “Então, o deputado Cláudio continuará nessa posição. “Dentro do regimento, o que ele puder fazer nós iremos respeitar.”