"Sou MDB roxo, nunca pertenci a outro partido. Mas penso em sair. Porque meus aliados estão fora do partido. Como posso ficar se meus aliados não podem ficar?”

O senador Luiz Carlos do Carmo, do MDB, disse a imprensa nesta segunda-feira (08/07), que a cúpula do partido em Goiás errou ao expulsar três prefeitos, o de Catalão, Adib Elias Júnior, o de Rio Verde, Paulo do Vale, e de Turvânia, Fausto Mariano. “Respeito o presidente do partido, mas tenho de admitir que Daniel Vilela errou, e muito, na questão do expurgo dos prefeitos. Ficou uma coisa pessoal, uma disputa entre Adib Elias e Daniel Vilela, por exemplo — o que dificulta uma solução diplomática. O MDB deve se renovar.

Porque, se não isto não acontecer, muita gente boa vai sair do partido, e não estou falando de Goiás, e sim do país. MDB, PSDB e PT são grandes partidos, têm história, mas estão profundamente desgastados. Pergunta-se: quem quer ir para o MDB? Ninguém, certamente. Quem Daniel Vilela vai atrair para o partido? Pode anotar: nenhum prefeito, nenhum deputado. Portanto, o MDB tem de mudar em nível de país e, depois, nos Estados. Em Goiás, na eleição de 2018, o partido só conseguiu eleger três deputados, Bruno Peixoto, Paulo Cezar Martins e Humberto Aidar, que era do PT.”

Mas Adib Elias volta ou não ao MDB? “O retorno de Adib Elias é difícil por causa da ‘briga’ com Daniel Vilela, o presidente do partido. O MDB tem estatuto e Daniel Vilela assegura que cumpriu as regras do partido e fez as expulsões com base em critérios partidários. Portanto, mesmo que o MDB nacional queira interferir, há regras que, certamente, serão acatadas. Mas insisto que Daniel Vilela não deveria ter expurgado os prefeitos. Frise-se que Adib Elias ficou no MDB durante os 20 anos em que políticos do chamado Tempo Novo estiveram no poder, e sem fazer concessões, sempre na oposição, com sua firmeza habitual. Por isso sua expulsão, ainda que amparada num rito, é mesmo equivocada.”
Luiz Carlos do Carmo sublinha que vai continuar trabalhando pela volta de Adib Elias. Mas e o sr.: vai continuar no MDB? “Sou MDB roxo, nunca pertenci a outro partido. Mas penso em sair, sim. Porque meus aliados estão fora do partido. Como posso ficar se meus aliados não podem ficar? Admito que, para arrancar o pessoal de Marconi Perillo do poder, eu também trabalhei pela vitória do governador Ronaldo Caiado, do DEM.”

O MDB, postula Luiz Carlos do Carmo, “não é o maior partido do país. Há outros partidos grandes e há partidos médios que estão em franco processo de crescimento. Politicamente, não estou isolado, não. Porque pertenço a um grande político, que, a rigor, milita em vários partidos. Eu, o senador Vanderlan Cardoso (PP), os deputados federais Glaustin da Fokus (PSC) e João Campos (PRB) e o deputado estadual Henrique César (PSC, o campeão de votos da eleição de 2018) somos evangélicos, da Igreja Assembleia de Deus. Trata-se de um grupo forte, um dos mais fortes. Tirando o grupo de Ronaldo Caiado, que está no poder, o nosso grupo é dos mais estruturados de Goiás”.

Postulando que está fazendo um “bom trabalho”, atendendo as prefeituras de praticamente todo o Estado, Luiz Carlos do Carmo afirma que, em 2022, pode almejar disputar a reeleição para o Senado. “O MDB me dará a vaga? Se não, como posso continuar no partido?” O senador admite que está pensando em deixar o MDB.
A respeito do prefeito de Goiânia, Iris Rezende, o senador afirma que “tem certeza” que será candidato à reeleição. “Iris recuperou as contas da prefeitura, está fazendo obras de qualidade e vai ser candidato. Ele não está doente; pelo contrário, está saudável. Portanto, digo e repito: é candidatíssimo. E, anote, vai ganhar. Não tem oposição forte e articulada.”
