A pressão por melhorias no serviço de distribuição de energia da Enel Goiás aumentou nos últimos dias. Somente ontem, ocorreu de reunião da bancada goiana no Congresso com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a discussões de ações emergenciais e apresentação de propostas para criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a distribuidora na Assembleia (leia texto abaixo).
O que tem impulsionado as cobranças são as crescentes reclamações sobre o fornecimento de energia no interior do Estado. Neste período chuvoso, têm aumentado as queixas. Relatos de produtores rurais são de demora de até quatro dias para restabelecimento do serviço. Há também receio de representantes do setor produtivo de que melhoria na economia brasileira não possa ser acompanhada por Goiás por conta das dificuldades com energia elétrica. “Somos cobrados por cidadãos comuns, empresas e produtores e esse problema tem afetado a todos os goianos”, explica a coordenadora da bancada goiana, deputada federal Flávia Morais (PDT). A iniciativa de marcar encontro com o ministro de Minas e Energia teve como objetivo cobrar ainda mais providências do governo federal, que por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já determinou à Enel Goiás apresentação de um Plano Emergencial de Resgate da Qualidade do serviço prestado no Estado.
Albuquerque teria se mostrado sensível à demanda e prometido convidar o presidente da Enel Brasil para prestar esclarecimentos. “Entregamos um pacote de reclamações e mostramos que a Enel é campeã e está acabando com a economia de Goiás”, disse o deputado José Nelto (Podemos) após a reunião. “Não tem trégua mais”, prometeu ele ao defender que o ministério também seria “culpado” pela privatização da antiga Celg D, hoje Enel Goiás. O deputado defende que a classe política irá fundo contra a distribuidora e cita entre as opções pedidos de fiscalização no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Ministério Público sobre os investimentos da companhia e o cumprimento do contrato de concessão. “A bancada está unida em torno disso para que possa buscar melhorias e a empresa precisa dar uma resposta”, complementa o deputado José Mário Schreiner (DEM).
Schreiner, que é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), também lidera convocação de um protesto contra a Enel e que reunirá produtores rurais, especialmente da cadeia leiteira, em frente à sede da empresa na tarde da próxima sexta-feira (22). A Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio) vai aderir ao protesto, segundo anunciou o presidente Marcelo Baiocchi. “Não tem um segmento mais prejudicado. A indústria, o comércio, os produtores rurais, estão todos prejudicados”, diz. Apesar da Enel ter feito série de reuniões recentes para que o setor produtivo goiano aponte regiões e prioridades para avançar o trabalho, Schreiner defende que a solução não tem chegado. Ontem, houve reunião da Aneel com a Agência Goiana de Regulação (AGR) e técnicos da Enel para discutir o escopo das ações do plano emergencial que deverá ser entregue no dia 25 .