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Divida tributária das minerados ultrapassa os 100 milhões


Auditorias feitas pela Superintendência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) junto às mineradoras de Catalão apontam uma divida tributária de cerca de R$ 100 milhões em CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais e R$ 15 milhões em ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. Na manhã da última segunda-feira (05/11) o Prefeito Adib Elias Junior promoveu uma coletiva de imprensa junto ao Superintendente do DNPM-GO, Valdijon Estrela, para prestar esclarecimentos sobre o andamento das auditorias e procedimentos a serem adotados no caso para que o município possa reaver os recursos.

Durante entrevista, Valdijon informou que as auditorias estão em fase final e em seguida as empresas serão notificadas pelo DNPM, caso não seja feito o pagamento do tributo o processo será encaminhado à justiça. O levantamento feito pelos auditores abrange os últimos dez anos, baseado nas regas da Lei Nº 13.540, que institui o recolhimento da compensação como forma de reparar danos ambientais causados pela extração de minérios. “A CFEM é uma cobrança legítima, além dos nossos levantamentos apontarem números inquestionáveis do ponto de vista legal, é preciso reconhecer a necessidade de recompensar a cidade onde está a jazida, pois a mineração só produz uma safra e quando é encerrada a extração a área degradada é deixada para trás”, destacou o Superintendente.

O recolhimento do ISSQN é responsabilidade do município. Segundo dados de levantamentos feitos pela equipe de auditoria fiscal da Prefeitura os cofres públicos deixaram de recolher cerca de R$ 15 milhões em ISSQN nos últimos cinco anos. Os cálculos são embasados em legislação federal e no Código Tributário de Catalão. Adib informou que as empresas do grupo CMOC que atuam no município, a Niobraz e a Copebras, efetuaram depósitos para quitar o saldo devido pelo grupo, na ordem de R$ 7 milhões, mas a administração municipal não concorda com a forma de pagamento. Do total, foram depositados R$ 1,5 milhão em dinheiro e R$ 5,5 milhões em títulos bancários. “Queremos que seja feito o recolhimento via depósito em juízo para que a justiça decida se esses recursos pertencem realmente ao povo de catalão, pois não vamos aceitar esse tipo de manobra”, destacou.

Ao comentar o andamento do caso, Valdijon destacou que é necessário buscar apoio dos governos Estadual e Federal para que seja dada a devida atenção ao caso. Para o Superintendente, empresas devedoras do setor mineral costumam praticar algumas manobras para evasão fiscal. “Como a legislação determina que podem ser cobrados apenas os últimos dez anos da CFEM, em alguns casos as empresas tentam protelar o caso na justiça até que prescreva protocolando recursos para recorrer das decisões impetradas a medida que o processo caminha”, disse. Segundo Adib, “usam essa estratégia porque fica mais barato pagar advogados do que quitar a divida”. Ele informou ainda que sua equipe será mobilizada para buscar apoio a nível nacional, através de reuniões com o Presidente da República e representantes do DNPM.

Segundo o prefeito, o trabalho de cobrança se faz necessário para garantir futuros investimentos no desenvolvimento do município. A exemplo, outras cidades já passaram pelo mesmo caso e conseguiram recuperar os recursos devidos, como Paraopébas-PA, que recebeu cerca de R$ 1 bilhão da empresa Vale do Rio Doce, e Alto Horizonte-GO, que recuperou R$ 40 milhões. "Estamos convictos de que essa é uma reivindicação legítima, buscando os direitos do povo de catalão, e por isso não vamos voltar atrás até a situação estar resolvida", disse.

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