Em Assembleia realizada pela COACAL (Cooperativa Agropecuária de Catalão) na última quarta-feira (21), os produtores rurais cooperados decidiram criar uma comissão responsável por vender parte do patrimônio da cooperativa para sanar dúvidas, que hoje somam cerca de R$ 9 milhões. O presidente da instituição, Carlos Henrique Arruda Duarte, foi escolhido para coordenar os trabalhos da comissão, que pretende realizar uma nova assembleia em maio para apresentar um plano de ações. Até lá, serão feitas avaliações por técnicos, visando um levantamento detalhado dos recursos e maior segurança jurídica ao processo.
Os desafios enfrentados pela COACAL são um reflexo do contexto vivido pela produção leiteira atualmente. O custo para produzir é alto, a lucratividade baixa e há pouca sucessão familiar. Nos últimos anos o número de cooperados caiu de cerca de 650 para 118, evidenciando que apesar do esforço pela manutenção do setor tem havido uma desestimulação de investimentos. Para Henrique Duarte, “o produtor está abandonado. Hoje a cidade remunera melhor do que a produção leiteira e os filhos dos produtores acabam deixando o campo”.
Além de Henrique como liquidante, foi composto um conselho fiscal compostos por 3 associados: João Batista Pereira, João Geraldo Dantas e Romildo Antônio da Silva.
Apesar da descontinuação de boa parte das atividades da cooperativa ainda se mantém viva uma história de luta pela pecuária leiteira. O produtor Ivo Elias destaca que assim como ele, “muitos dependem dela. A gente veio aqui hoje pra ver o que pode ser feito, mas eu queria que ela continuasse”, diz o cooperado.
Para o prefeito de Catalão, Adib Elias Júnior, que também é cooperado o fato é visto com tristeza. “Espero que mesmo assim outras pessoas possam aderir à causa e reerguer a Coacal, muitas cooperativas estão enfrentando momentos difíceis e nos precisamos entender que ao invés de encontrar culpados é necessário reconstruir a história”, reitera.